A pandemia acelerou processos em todas as esferas, inclusive na espiritualidade cristã. Neste contexto, disfunções e alternativas precisam ser avaliadas a partir das Escrituras. No Chácara Talk abaixo os pastores Ricardo Agreste, Thiago Jachetto e André Vogel tiveram uma conversa introdutória acerca desta série de reflexões.
ChácaraTalk 88 – Espiritualidade Pós-Pandemia: Disfunções e Alternativas
A Espiritualidade Cristã pré-pandemia
O modelo predominante que encontramos na pré-pandemia era marcado por uma relação formal com a igreja local, ou seja, participação nos Encontros de Adoração e Reflexão, Grupos Pequenos e Serviço. Mas por trás deste modelo precisamos ter a consciência de que não necessariamente temos um discípulo de Jesus ou um mero religioso, um consumidor de igreja.
O pastor Ricardo Agreste nos apresentou o modelo de 2 andares do Will Mancini onde no primeiro andar temos os 4P ‘s (pastor, pessoas, programas e prédio) e no segundo andar temos o propósito, a consciência de que discípulos de Jesus que ouvem, acolhem e obedecem a Jesus [ouça mais dessa definição de discípulos na série Ser Discípulos de 2018].
http://chacaraprimavera.org.br/series/ser-discipulo-257
A pandemia vem e abala todos aqueles que estão exclusivamente no primeiro andar gerando disfunções, mas também alternativas.
A Espiritualidade Digital
Até o momento ao longo de nossa série conversamos sobre espiritualidades disfuncionais (hedonista e autônoma). Mas neste domingo, ao tratarmos sobre a Espiritualidade Digital, estamos lidando como um tipo de espiritualidade que tanto pode ser disfuncional, como uma alternativa válida.
Assim, o slide abaixo elenca 6 disfunções que tem uma raiz em comum: o problema do consumismo.

“A cultura do consumo, que fortemente nos envolve, faz com que vejamos tudo à nossa volta como um grande balcão de prestação de serviços. Como clientes, queremos ser servidos o tempo todo com a melhor qualidade, pagando o menor preço.”
Ricardo Agreste, no livro Igreja tô Fora
A sabedoria Bíblica
No início do evangelho de João encontramos Jesus lidando com um problema sério, o pátio do templo que deveria ser um espaço de adoração e missão havia sido transformado em um mercado, marcado completamente pela cultura do consumo.
“Quando já estava chegando a Páscoa judaica, Jesus subiu a Jerusalém. No pátio do templo viu alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas, trocando dinheiro. Seus discípulos lembraram-se que está escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá”. Então os judeus lhe perguntaram: “Que sinal miraculoso o senhor pode mostrar-nos como prova da sua autoridade para fazer tudo isso? ” Jesus lhes respondeu: “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias”. Os judeus responderam: “Este templo levou quarenta e seis anos para ser edificado, e o senhor vai levantá-lo em três dias? ” Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo.”
João 2:13-21
Os pastores Kariston e André abordaram que este cenário marcado pelo consumo gerava desordem e entristecia o coração do próprio Deus. O consumismo é marcado pela autonomia.
Mas no final deste trecho no evangelho de João encontramos Jesus apontando para a sua morte e ressurreição. E é na morte e ressurreição de Jesus que temos uma nova possibilidade:
Jesus declarou: “Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém. Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.
João 4:21-24
Assim, a hora que chegou (Jo 4.21) na morte e ressurreição de Jesus inaugurou o verdadeiro e definitivo templo (Jo 2.13), ou seja, em Jesus todos aqueles que fazem parte do povo de Deus são feitos habitação de Deus. Reunidos em Jesus, parte do corpo dEle, do qual Ele é o cabeça.
Por conta disso, não faz mais sentido falarmos de um “onde” é o lugar de adorar a Deus. Pois, a adoração que Deus busca é uma adoração em espírito e verdade, agora o que importa é o “como”.
Da disfunção para a alternativa
Falta de compromisso com a comunidade local e consequentemente perda de vínculos | → | Engajamento intencional e comunitário |
Diversidade de fontes | → | Unificação de fontes |
Desconexão com o serviço, grupo pequeno e contribuição financeira | → | Envolvimento missional |
PARA ESTIMULAR A CONVERSA
- Quais os pontos que mais chamaram a sua atenção na reflexão deste domingo e por quê?
- Diante de tudo que foi ouvido qual o principal desafio que você traz para você e por quê?
- Como você pretende lidar com esse desafio? Seja o mais concreto possível respondendo, para isso tente responder essas perguntas por partes, respondendo outras três perguntas: Por quê? Como? O quê?
PARA CONSOLIDAR
AO LONGO DA SEMANA
Segunda-feira: João 2:13-22
Terça-feira: Hebreus 10:25
Quarta-feira: 1 Coríntios 12:27
Quinta-feira: 1 Coríntios 6:19
Sexta-feira: João 4:1-30