Neste domingo seguimos no capítulo 5 da carta do apóstolo Paulo aos Efésios. No capítulo 4 desta carta Paulo começa abordando que um determinado padrão mental gera um respectivo conjunto de atitudes, para em seguida trabalhar como isso se aplica em cinco áreas. Neste domingo seguimos para aplicação que Paulo faz em uma sesta área: a sexualidade.
Por mais que a área da sexualidade seja uma área delicada, é uma área da qual não podemos nos esquivar de refletir a luz da sabedoria bíblica. Pois vivemos em uma cultura hiper sexualizada, conforme afirma a socióloga Gail Dines em um artigo a Gazeta do Povo:
É impossível dissociar a normalização da pornografia da hiper-sexualização das divas pop. “Nós vivemos em uma cultura baseada em imagens, e imagens funcionam em um sistema. Elas não são vistas de forma isolada, mas compõem uma narrativa, influenciam umas às outras. Na prática, conforme a pornografia se torna mais degradante, mais violenta, ela tem um impacto na cultura pop que, por sua vez, impacta a pornografia. A pornografia passa ser o ‘molde’ para a forma como representamos o corpo na cultura pop.”
Gail Dines
Entretanto, é importante ter em mente que essa cultura hiper sexualizada não é algo novo na história. Na verdade, é uma realidade experimentada também na cidade de Éfeso no primeiro século.
E a palavra do apóstolo Paulo diante de uma cultura hiper-sexualizada para aqueles que são discípulos de Jesus é a seguinte:
Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados,e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.
Efésios 5.1,2
Por mais que a cultura contemporânea tente afirmar toda forma de amor como válida, nós que somos discípulos de Jesus temos um modelo claro de amor: a vida de Jesus e tudo aquilo que Ele nos ensina através da sua Palavra.
Diante disso, ou seja, deste modelo de amor que encontramos no próprio Jesus e sua Palavra, o apóstolo Paulo segue nos advertindo diretamente com relação à sexualidade.
Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual nem de qualquer espécie de impureza nem de cobiça; pois estas coisas não são próprias para os santos. Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ação de graças.
Efésios 5.3,4
No versículo 3 nos deparamos com a palavra porneia que é traduzida por imoralidade sexual. E a imoralidade sexual aqui funciona como um guarda-chuva amplo que engloba uma série de desvios sexuais. E as duas palavras seguintes que Paulo utiliza, impureza e cobiça, seguem fazendo referência a essa série de desvios sexuais. Impureza aponta para o quão fora dos limites estabelecidos por Deus essas práticas se encontram. Cobiça aponta para o desejo ganancioso de se obter aquilo que não deveríamos sequer desejar.
No versículo 4 Paulo avança na advertência dizendo que nem conversas tolas e gracejos imorais são convenientes para os discípulos de Jesus. Mas ao invés disso, a vida daqueles que são discípulos de Jesus deve ser marcada por ações de graças.
Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral nem impuro nem ganancioso, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.
Efésios 5.5
Já no versículo 5 o apóstolo aponta uma razão para isto. Aqueles que vivem na área da sexualidade de forma imoral, impura e gananciosa (as mesmas três ênfases do vs. 3) deixa claro que cedeu a idolatria, mostrando que esta área da vida ainda não foi submetida ao senhorio de Jesus.
Ninguém os engane com palavras tolas, pois é por causa dessas coisas que a ira de Deus vem sobre os que vivem na desobediência. Portanto, não participem com eles dessas coisas.
Efésios 5.6,7
Assim, as advertências seguem. Primeiro apontado para o cuidado que devemos ter para narrativas culturais que visam nos enganar, mas em segundo afirmando que não devemos participar com eles destas coisas. Em outras palavras, o desafio do apóstolo Paulo neste segundo ponto não nos desafia a rompermos com as pessoas, mas sim a convivência que contrasta no estilo de vida.
Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade; e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor. Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso. Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se visível, pois a luz torna visíveis todas as coisas. Por isso é que foi dito: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre ti”.
Efésios 5.8-14
No domingo retrasado o pastor Hugo fez uso de uma imagem que foi retomada neste domingo.
Uma oficina de ferramentas repleta de janelas que permitem que a luz entre, e também repleta de diversas ferramentas para que as utilizemos bem. Mas por opção fechamos as janelas de forma que nenhuma luz entrasse e ainda por cima, apagamos as luzes ficando completamente no escuro. E a loucura se completa de que neste espaço desprovido de luz nós saímos usando as ferramentas que estão lá dentro, e as usando de uma maneira completamente desvirtuada do propósito de cada ferramenta.
Ainda nesta imagem, quando rendemos nossas vidas ao senhorio de Jesus o que acontece é que as janelas são novamente abertas e, assim, a luz entra! Consequentemente, nos permitindo utilizar as diferentes ferramentas da maneira correta, segundo seus próprios propósitos.
Portanto:
PARA ESTIMULAR A CONVERSA
- Quais os pontos que mais chamaram a sua atenção na reflexão deste domingo e por quê?
- Diante de tudo que foi ouvido qual o principal desafio que você traz para você e por quê?
- Como você pretende lidar com esse desafio? Seja o mais concreto possível respondendo, para isso tente responder essas perguntas por partes, respondendo outras três perguntas: Por quê? Como? O quê?
PARA CONSOLIDAR
AO LONGO DA SEMANA
Segunda-feira: Efésios 5.1-6
Terça-feira: Efésios 5.7-10
Quarta-feira: Efésios 5.11-14
Quinta-feira: Efésios 5.15-21
Sexta-feira: Efésios 5.22-33