Vida em Comunidade: o exercício da contribuição

RETROSPECTIVA DA SÉRIE

Ao longo da série de mensagens “Vida em Comunidade” conversamos sobre a importância da família estendida e também como perdão e restauração são fundamentais para que famílias permaneçam unidas caminhando na direção de Jesus. Na sequência conversamos sobre o cuidado mútuo na família estendida, sendo que em nosso contexto de Chácara Primavera o cuidado mútuo acontece aqui, nos Grupos Pequenos. Então seguimos, conversando sobre o lugar do serviço e fomos desafiados a “fazer Deus sorrir”. Para então neste último domingo tratarmos sobre o exercício da contribuição.

COMEÇANDO A CONVERSA

É impressionante como os visitantes de outras comunidades estranham não termos em nossos Encontros aos domingos um momento público para recolher dízimos e ofertas em nossa comunidade. E alguns destes visitantes estranham ainda mais ensinarmos sobre esse tema apenas ao longo do curso dos Primeiros Passos e de tempo em tempos aos domingos, diria a cada 5 ou 6 anos. E este domingo foi uma dessas raras ocasiões onde tratamos deste importante assunto. Sendo assim, vamos por partes:

1. Por que tratamos esse tema com tanta cautela?

Infelizmente o contexto evangélico brasileiro é marcado por líderes religiosos que: (1) manipulam a fé das pessoas e, (2) que fazem mau uso dos recursos financeiros para o (3) enriquecimento pessoal e, consequentemente são vinculados a inúmeras suspeitas, investigações e processos. Tudo isso, (5) gera escândalo para o Evangelho.

2. Um tema importante ao longo das Escrituras

“Há cerca de 500 versículos na Bíblia que tratam a respeito da oração, mas cerca de 2350 que falam de forma direta sobre dinheiro, riquezas e finanças.”

Howard Dayton, fundador do Crow Ministries

Assim, podemos sistematizar o ensino bíblico acerca deste tema da seguinte forma:

  1. Deus é a fonte primária de todo recurso material
  2. A boa gestão dos recursos é expressão da nossa consciência dessa verdade
  3. O excedente dos recursos deve contemplar a generosidade
  4. O dinheiro tem poder de seduzir e gerar devoção
  5. O dízimo é uma prática de extrema importância, que demonstra gratidão e confiança

Mas quando o assunto é dinheiro, precisamos relembrar o que Richard Foster aborda em seu livro “Dinheiro, sexo e poder”. Para ele, o dinheiro possui duas faces: uma luminosa e outra sombria. É diante dessas duas faces do dinheiro que o dízimo se mostra como um caminho para evitarmos a face sombria e experimentarmos a sua face luminosa.

3. Aprofundando nossa compreensão acerca do dízimo

“Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.”

Malaquias 3.10

Embora este trecho de Malaquias seja um dos textos mais utilizados para se tratar o assunto dízimo, precisamos ter em mente que o dízimo é uma prática bem mais antiga. A prática do dízimo é bem mais antiga, remonta a Gênesis 14 onde Abraão se encontra com o sacerdote Melquisedeque (à medida que a história bíblica avança descobrimos que Melquisedeque era o próprio Jesus). Assim, o povo de Israel que é formado a partir de Abraão carrega consigo a prática do dízimo (Levítico 27.30-23, Deuteronômio 14.28). 

Outro ponto importante que temos que considerar é o contexto agrário onde o dízimo é instituído. Ou seja, à medida que o agricultor entrega o dízimo da primeira parte da sua colheita ele demonstra GRATIDÃO e CONFIANÇA a Deus. Pois ao entregar a primeira parte ele reconhece que Deus é a fonte de tudo o que ele tem e, ao mesmo tempo, ele reconhece que é Deus que cuida do seu futuro. 

A consequência dessa gratidão e confiança é que o coração vai sendo ensinado acerca de quem é o verdadeiro Deus das nossas vidas. Em outras palavras “quem manda em quem”, pois como o pastor Ricardo Agreste bem nos lembrou o dinheiro possui essa capacidade de seduzir, de gerar devoção. Tanto naqueles que o possuem, como naqueles que não o possuem.

Mas ao longo da sua história o povo de Israel corrompe essa prática e, é neste contexto que a advertência do profeta Malaquias surge desafiando a prática, resgatando o propósito e convidando a experimentarem a promessa de Deus.

Quanto a PRÁTICA de dizimar encontramos duas orientações de como ela deve acontecer: (1) Ela deve ser feita das primícias, ou seja, a primeira ação que nós devemos ter com aquilo que recebemos é a prática do dízimo, ou ainda podemos dizer que devemos entregar aquilo que temos de melhor. (2) Ela deve ser feita na totalidade, ou seja, a décima parte e não menos.

Quanto ao PROPÓSITO o profeta Malaquias é claro “para que haja alimento em minha casa”. Em nosso contexto, é para que tudo o que fazemos como comunidade em missão possa ser viabilizado, desde, de nossa estrutura, quanto aos projetos de plantação de novas igrejas e suporte às ONGs de nossa cidade.

Quanto a PROMESSA:

“Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.

Malaquias 3.10

Portanto, o desafio que temos é triplo:

  1. Ore e agradeça a Deus por tudo o que você é e possui.
  2. Aceite o desafio de “provar” do exercício de gratidão e dependência de Deus.
  3. Contribua com sua igreja, integrando sua família.

PARA ESTIMULAR A CONVERSA

  1. Quais os pontos que mais chamaram a sua atenção na reflexão deste domingo e por quê?
  2. Diante de tudo que foi ouvido qual o principal desafio que você traz para você e por quê?
  3. Como você pretende lidar com esse desafio? Seja o mais concreto possível respondendo, para isso tente responder essas perguntas por partes, respondendo outras três perguntas: Por quê? Como? O quê?

PARA CONSOLIDAR

Reflexão
Chácara Talk

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