UMA INTRODUÇÃO A SÉRIE
Para falar do seu propósito, primeiramente é bom ressaltar o que não deve ser expectativa a respeito dessa série: ela não foi sugerida para que discutamos a série de TV ‘THIS IS US’. Trataremos ‘o que somos e o que cremos’. Levantaremos temas delicados, sensíveis hoje em dia, quem em algumas igrejas se tornaram até proibidos; não se falam nesses temas, como se eles não existissem ou não estivessem presentes. Mas, quando se fala, a maneira é agressiva, incitando o preconceito e o ódio. O nosso alvo não é ofender quem pensa diferente do que nós, cristãos, pensamos.
Vivemos numa sociedade de cultura pluralista, em que se faz necessário o respeito mútuo. Entretanto, o incômodo: é que no mundo ocidental, nós temos sido desafiados a respeitar a opinião de todos; mas não podemos manifestar a nossa opinião. Assim, existe um problema nesse paradigma de uma sociedade pluralista quando uma das opiniões não é respeitada da mesma forma que as outras estão sendo respeitadas.
É fato sim, que fizemos um gancho com a série da TV, que não fala de uma família perfeita; pelo contrário, ao longo de seis temporadas, encontramos temas como: obesidade, alcoolismo, relações homoafetivas, luto, etc. Inúmeros temas que envolvem as famílias atuais. Ela trata de tantas coisas que o mundo ocidental não acredita mais como: perseverança no casamento mesmo em meio as crises, amor sacrificial no cuidado para com os filhos, cuidado dos pais pelos filhos quando a idade e a doença chegam, etc.
UM MUNDO EM TRANSIÇÃO: ENTRE A VERDADE REVELADA DE DEUS E O RELATIVISMO
Essa série será introduzida falando-se de filosofia, para que uma sociedade como a nossa, tão pragmática em suas definições, possa resgatar a importância da filosofia para que tenha habilidade e capacidade de perceber como foram construídos os valores e princípios com os quais nós estamos lidando hoje.
Um dos grandes perigos que a Igreja no Ocidente irá enfrentar nos próximos anos é o relativismo; a relativização da verdade.
Francis Schaeffer em 1974, no Conferência de Lausanne, Suíça
A espiritualidade judaica e a espiritualidade cristã são totalmente baseadas no conceito da “revelação”. O Deus Criador se revelou e nos mostrou o que é certo e errado.
Porém, entra instituições e pessoas fazendo mau uso da autoridade concedida por Deus, fizeram o que Deus não aprovava. Desta forma, o abuso, a violência entre outras coisas entram na história. Existe uma resposta a isso dentro da igreja, a Reforma Protestante, mas também existe uma resposta do lado de fora da igreja, resposta essa que passa o Racionalismo em seguida o Iluminismo, que culmina na sociedade moderna como a conhecemos.
Agora ao invés da Revelação, o que se faz responsável pela construção do que é verdadeiro/falso e que é certo/errado é o senso comum. Entenda, senso comum como o fruto do conhecimento obtido por áreas especificas na modernidade seja através das ciências exatas ou humanas.
Mas ao longo do Século XX, duas grandes guerras mundiais, o nazismo, do lado oriental do muro o fracasso do comunismo e do lado ocidental do muro a tamanha desigualdade social e econômica gerada pelo capitalismo frustraram todas as expectativas/esperanças que a sociedade depositou no projeto chamado modernidade.
Aí vem a Pós-Modernidade ou Radicalização da Humanidade, no Século XXI, com a proposta de vivermos numa cultura totalmente abaixo da linha que divide o eterno do histórico. Não existe transcendência. Aqui, quem determina o que é certo ou errado é o próprio indivíduo. Essa estrutura inviabiliza todo e qualquer projeto comunitário, nação, família, igreja.
Para saber mais sobre esse processo histórico você pode ler o livro A morte da razão de Francis Schaeffer, publicado em língua portuguesa pela Editora da ABU.
“Talvez não exista uma instituição que ameace mais esse projeto cultural do que a família.”
Ricardo Agreste
“Estamos lidando com uma cultura ocidental humanista que na sua vertente esquerda ou direita política, trabalha com um processo de desconstrução.”
Ricardo Agreste
UM PARADIGMA: MASCULINO E FEMININO
Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre… peixes… aves… grandes animais… pequenos animais…”.
Gn 1.26-31
Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. […]
Deus os abençoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se!
E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia.
Na história da Bíblia existe um capítulo, Gn 3, que retrata uma ruptura entre seres humanos e o Deus Criador. Nós olhamos um mundo pós queda. Não podemos aceitar as situações como são, pois elas estão sendo vistas numa visão pós ruptura, não é projeto original de Deus.
Mas Deus por graça não deixa que a história termine assim. Deus entra na história na pessoa de Jesus pagando o preço na cruz pela minha ruptura e me reconciliando novamente com o Deus Criador, iniciando de dentro pra fora um processo de fazer tudo novo, um projeto de restauração de toda a criação.
Mas focando na temática e no texto deste domingo, encontramos em Gn 1, três verdade fundamentais acerca do masculino e do feminino.
1. Distintos (e acima) do restante da criação
Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.
Gn 1.26a
homem no hebraico adam seria melhor traduzido por seres humanos ou humanidade, pois trata de substantivo com sentido coletivo.
Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes?
Sl 8.4-6
Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra.
Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste…
Domine[m] ele[s] sobre… peixes… aves… grandes animais… pequenos animais…”.
Gn 1.26b
Domine[m] ele[s] sobre… peixes… aves… grandes animais… pequenos animais…”.
Gn 1.28b
Assim nesses textos fica claro que Deus criou homens e mulheres a sua imagem e semelhança, ou seja, a humanidade é distinta e acima do restante da criação. E ela é colocada acima para cuidar, pois o verbo dominar diz respeito a forma é que se cuidado acontece, ou seja, esse domínio (cuidado) deve acontecer como um reflexo do domínio (cuidado) do próprio Deus Criador sobre a criação.
SUGESTÃO PARA O LÍDER: abordar como em nossa sociedade animais (em especial os pets) tem sido colocados em pé de igualdade com a humanidade, aponto de alguns casais conscientemente optarem por não terem filhos, mas terem pet e tratarem os pets como se fossem filhos. Mas atente-se que cuidar bem dos pets, não é problema, pelo contrário faz parte da nossa vocação. O problema reside quando esquecemos e deixamos de lado a distinção que Deus criou a humanidade do restante da criação.
2. Complementares na missão
Criou Deus o homem [adam] à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Gn 1.27
“Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’…
Mt 19.4
Apesar de homens e mulheres serem ambos imagem de Deus, de ambos carregarem a mesma dignidade por conta disso, Deus os cria com distinções (seja essas distinções biológicas, comportamentais, entre outras) e mais, é nesta distinção que a riqueza e diversidade da imagem de Deus se manifesta.
“Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda“.
Gn 2.18
Neste outro texto de Gn seguimos encontrando a igualdade entre homens e mulheres, pois “lhe corresponda” aponta para o fato de alguém que está ao lado, ombro e ombro, olhando nos olhos em pé de igualdade. Mas também encontramos a distinção, homem e mulher são criados com distinções.
Por último, esse texto deixa claro que homens e mulheres são fundamentais para o cumprimento da vocação de dominar (cuidar) da criação de Deus, como também na missão que Deus nos deu.
SUGESTÃO PARA O LÍDER: abordar como ao longo da história homens compreenderam mau a sua vocação e, assim, abusaram, oprimiram e até mesmo violentaram fisicamente mulheres.
3. Essenciais da multiplicação
Deus os abençoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! …
Gn 1.28
Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.
Gn 2.24,25
Nos último anos quando o assunto sexo era abordado, era necessário afirmar que o sexo foi criado por Deus é que ele é bom e não apenas destinado a multiplicação. Mas nos dias de hoje é necessário afirmar que o sexo foi criado por Deus também para a multiplicação e não apenas para o prazer. Pois vivemos em um sociedade que transformou sexo em entretenimento barato.
PARA REFLETIR E PRATICAR
- Resgate o valor do masculino e feminino.
- Respeite e acolha os que discordam.
- Rejeite toda e qualquer forma de violência.
- Restaure os seus valores a partir de Jesus.
PARA CONSOLIDAR
PARA LER DURANTE A SEMANA
Segunda-feira: Gênesis 1
Terça-feira: Gênesis 2
Quarta-feira: Gênesis 3
Quinta-feira: 1 Coríntios 15
Sexta-feira: Apocalipse 21