Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual.
Colossenses 1:9-14
E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e
sendo fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força da sua glória, para que tenham toda a perseverança e paciência com alegria,
dando graças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz.
Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado,
em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.
Recordando a mensagem
“Cristo vem até nós nas palavras das Escrituras.”
João Calvino
Uma Experiência
Há uns dez anos ou mais, o Dr. Mike estava numa área húngara da Ucrânia, viajando com uns pastores reformadores. No retorno da viagem, no sábado, por volta das 23h, o pastor responsável pelo culto do domingo pela manhã ainda não estava com a palavra preparada. Nisso, pediu ao Dr. Mike para pregar, e lhe deu a missão de pregar sobre Romanos 7.
Algumas semanas depois, em sala de aula, falava sobre pecado e maldade de Gênesis 3. Decidiu não sair da sala enquanto aqueles alunos não tivessem o conhecimento do poder do pecado e da maldade. O aluno novo convertido Randy, à medida que o ouvia falar, ficou espantado e, olhando para todos os estudantes da classe, levantando sua mão lentamente,perguntou: “O que podemos fazer?”
Pecado e Maldade
Para Paulo, pecado e maldade são muito maiores e mais poderosos do que podemos imaginar. Temos uma visão muito pequena sobre isso. É muito mais do que desobediência a Deus, pois nos prende com tamanha força, nos seduz.
“O que devemos fazer?”
Essa é a pergunta correta a ser feita quando se tem noção da gravidade e profundidade do pecado. Quando chegamos a esse ponto, esse é o momento em que estamos prontos para receber o Evangelho, de receber um Evangelho mais poderoso do que o poder do pecado. Chegamos ao conhecimento do Evangelho quando conhecemos também o pecado e a maldade em sua profundidade.
Se nossa compreensão a respeito do pecado e da maldade forem superficiais, a necessidade será de um Evangelho superficial também.
Aprofundando o conhecimento
O texto lido de Colossenses aponta para os poderes das autoridades, um poder forte e opressor. Na medida em que olhavam ao redor do mundo, viam poderes políticos, sexuais, econômicos, de conhecimento e tecnologia; poderes reais atuando, e criavam consequências práticas injustas. Faziam com que as pessoas permanecessem prisioneiras em uma estrutura cultural corrompida. A carta foi escrita para uma igreja que sabia como lidar com a pergunta: “O que devemos fazer para contrapor esses poderes estruturais?”
Como os colossenses entendiam esses poderes:
– O deus da sexualidade, com nome de Afrodite;
– O deus da tecnologia, com nome de Vulcano;
– O deus do conhecimento, com nome de Atenas;
– O deus do comércio e das riquezas, com o nome de Mercúrio;
– O deus do prazer, com nome de Baco;
– O deus do poder político, com nome de Júpiter.
Para os colossenses, não eram apenas deuses míticos, mas poderes invisíveis que carregavam um grande poder no mundo, que faziam das pessoas escravas. E, de alguma forma, esses deuses precisavam ser apaziguados, e os colossenses temiam esses deuses.
SUGESTÃO PARA O LÍDER: Como estamos lidando com a presença de deuses em nossa cultura? Estamos cientes da profundidade do pecado corrompendo nossa estrutura cultural? Há possibilidade de termos acesso a um evangelho profundo, por conhecermos profundamente o pecado?
O que tudo isso diz sobre nós? Parece engraçado falar de Afrodite quando a indústria da pornografia e do sexo investem 1 bilhão de dólares e destroem vidas todos os dias. Parece engraçado falar de Vulcano quando até o momento que percebemos quantas vidas estão enfraquecidas pelas mídias sociais e celulares. Parece engraçado falar de Mercúrio quando o poder do consumismo escraviza e está sempre insatisfeito. Parece engraçado falar de Baco quando gastamos nossas vidas com Netflix e jogos. Parece engraçado falar de Júpiter quando o ódio e a polarização são alimentados a ponto de despertar ideologias de direita e esquerda, sem a menor sensibilidade de aceitação do diferente. Parece engraçado falar de Atenas quando temos montantes de dinheiro investidos todos os anos no conhecimento científico e nas instituições educacionais. Nós também estamos escravizados por isso.
Certo autor mencionou: “A diferença entre os ancestrais e os modernos é que os ancestrais deram nomes interessantes a seus deuses, enquanto os modernos negam a sua existência.”
Como Paulo entendeu esses poderes?
Esses poderes eram estruturas dadas por Deus, com o propósito de abençoar pessoas. Mas após o contexto de pecado, o propósito foi mudado para atingir seu próprio bem maior, e se tornou destrutivo: poderes demoníacos que desumanizam e faz com que haja permanência na escravidão.
Paulo entende que a Igreja foi liberta do pecado no coração, das injustiças nas estruturas culturais e dos poderes demoníacos que cativam pessoas. Para ele, havia tristeza no coração e a maldade era muito real, com força destrutiva.
Então, o que podemos fazer?
Paulo diz: “Vocês têm tudo que precisam em Jesus Cristo para serem libertos e viverem vida plena como imagem de Deus. Não precisam apaziguar submeter-se ou temer a esses deuses – foram libertos para viverem a vida de Cristo. Vivam como essa nova comunidade!”
Neste pequeno parágrafo, Paulo concentra todo o contexto de Colossenses:
Começa com uma oração – para que tenham sabedoria e poder necessário para discernir esses poderes e viver uma vida digna do Senhor, e que o agrade.
Chama de alegria plena o ter gratidão constante – gratidão contrapõe esquecimento. Se agradecermos de forma regular, nunca vamos nos esquecer.
Agradeça por três coisas (mencionadas neste trecho):
– Pelo novo Êxodo;
– Pela nova Criação;
– Por, quando acreditaram no Evangelho, se tornaram participantes desses dois primeiros pontos.
“Dêem graças a Deus pelo resgate das trevas, e o transporte para o reino de luz de Seu Filho amado, e por sobre vocês estarem redenção e perdão.”
Pequena Linha Com Uma Grande História
Essa história nos remete há 1500 anos antes de Cristo – nos conduzindo ao Egito. A escravidão que experimentaram não foi somente ao Faraó, mas aos deuses do Egito. Cada uma das dez pragas foi um julgamento a cada deus do Egito.
“Êxodo significa que Deus libertou o povo do poder dos deuses do Egito!”
Êx 12.12 nos diz que“Deus trará julgamento e justiça diante dos deuses egípcios e irá libertá-los dos poderes idólatras desses deuses.”
Em Isaías Deus vê Israel cada vez mais servindo deuses estranhos, e mesmo os servindo, Ele trará julgamento e os conduzirá a um novo tempo, um novo Êxodo.
Nos dias de Jesus – estamos esperando Deus agir para o segundo Êxodo e nos libertar.
Aqui está a boa nova!
Esse segundo Êxodo que Isaías diz aconteceu em Jesus, na sua morte de cruz, quando na celebração da Páscoa, para libertar o seu povo da idolatria. Na sua morte nos resgatou desses poderes.
Por Último
Em Colossenses 2.15 temos uma imagem de triunfo romano. O general romano, ao retornar da batalha, chega às suas ruas com uma passeata de vitória. Ele vem por último, em seu cavalo ou carruagem. Depois dele, seus prisioneiros vencidos, que seguiam nus e em caminho de suas crucificações.
A morte de Jesus despiu poderes, deixou-os nus.
E nos conduziu em triunfo com Ele; Jesus é o general vitorioso.
Ressurreição da morte – vitória sobre todos os poderes de uma vez por todas.
SUGESTÃO PARA O LÍDER: Vocês não precisam mais se submeter a esses deuses. Quando você ouviu o Evangelho, se tornou participante do segundo Êxodo.
No final da carta, capítulo 4, Paulo diz “Vivam uma nova vida para os de fora!”
Para Refletir e Praticar:
Como esse povo liberto se pareceria hoje?
– Com uma comunidade de autocontrole e fidelidade matrimonial num mundo saturado pelo sexo.
– Com uma comunidade de generosidade e contentamento num mundo que se deteriora com o consumismo.
– Com uma comunidade de auto sacrifício e amor num mundo egoísta.
– Com uma comunidade alegre com propósitos verdadeiros numa cultura que oprime à morte.
– Com uma comunidade de unidade num mundo polarizado e dividido por ideologias idólatras de políticas partidárias de direita e esquerda.
“Não precisamos servir esses deuses, servimos a Jesus Cristo. Comprometemo-nos em viver em Jesus Cristo, encontrando plenitude na vida dele, enraizando nossas vidas nele, resistindo aos poderes idólatras, para que o mundo veja uma comunidade que é plenamente humana!” Mike Goheen
Para Estimular a Conversa
1. Quais os pontos que mais chamaram a sua atenção na reflexão deste domingo e por quê?
2. Diante de tudo que foi ouvido qual o principal desafio que você traz para você e por quê?
3. Como você pretende lidar com esse desafio? Seja o mais concreto possível respondendo, para isso tente responder essas perguntas por partes, respondendo outras três perguntas: Por quê? Como? O quê?
Para Ler ao Longo da Semana
Segunda-feira: 2 Samuel 14
Terça-feira: 2 Samuel 15
Quarta-feira: 2 Samuel 16
Quinta-feira: 2 Samuel 17
Sexta-feira: 2 Samuel 18
Para Consolidar
Reflexão