Recordando a mensagem
O Evangelho de Marcos mostra o fracasso dos discípulos, por não entenderem o real propósito da missão de Jesus.
A instrução de Jesus aos seus discípulos era a de que eles fossem às cidades vizinhas com autoridade para fazer as obras que Ele estava fazendo. De dois em dois, Ele os envia, não levando nenhum suprimento, e os milagres acontecem.
A fama de Jesus e seus discípulos se espalha, atingindo até mesmo o Rei Herodes –homem que havia decapitado o profeta João Batista por acusar seu pecado de casar-se com sua cunhada, a esposa de seu irmão. Esta não o suportava, e criou uma armadilha para que o próprio Herodes o matasse, mesmo tendo apreço pelo tal homem. O temor de Herodes girava em torno da possibilidade desse João Batista ter ressuscitado para atormentá-lo. Terminado a missão, os discípulos voltam a Jesus, para prestar contas do que foi feito e de tudo que aconteceu na jornada. A euforia era tanta que nem estavam se alimentando direito.
“Nem sempre uma agenda cheia é sinônimo de estar discernindo e engajado na vontade de Jesus.”
Kariston Fiori
Jesus entra no barco com seus discípulos e os encaminha a um lugar um pouco mais retirado, deserto, do outro lado do lago. A multidão, sabendo que Jesus e seus discípulos estavam no barco, fazem o caminho a pé, e alguns deles chegam antes mesmo de Jesus ao lugar. Então Jesus se põe a ensinar a multidão.
1. Um Jesus empático nas palavras
V. 34 – teve compaixão
No grego, a expressão “compaixão” não é sinônimo de piedade ou dó, mas sim de enxergar o mundo com o olhar do outro. Olhar através do olhar do outro e agir em favor de – o que podemos chamar de empatia.
Como ovelhas sem pastor – Apesar de os discípulos terem feito muitas coisas entre a multidão, eles continuavam perdidos, sem direção, sem pastor. Por isso, Jesus passou a ensinar-lhes a sua palavra.
“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele. Quando nosso coração está repleto de empatia, um forte desejo de eliminar o sofrimento alheio surge dentro de nós.”
Matthew Quick
SUGESTÃO PARA O LÍDER: Em nosso mundo, vivemos uma grande polarização política e partidarismo. Jesus nos ensina a empatia, que parece estar esquecida. Qual nossa atitude, como cristãos, quando estamos diante de alguém que pensa de forma diferente da nossa? Temos disposição para ouvi-la ou a cancelamos? Temos tido problemas com a raiva e o ódio para com pessoas que não sustentam a mesma opinião que a nossa?
Jesus não exclui a ovelha sem pastor, mas a acolhe e ensina.
Os discípulos, percebendo que estava entardecendo, disseram a Jesus que mandasse a multidão embora, para que pudessem ir às aldeias vizinhas e comprar alimento. Será cuidado ou falta de responsabilidade com o outro?
2. Um Jesus empático nas ações
V. 37,38 – “Devemos gastar tanto dinheiro em pão e dar-lhes de comer?”
SUGESTÃO PARA O LÍDER: Por que nosso coração sempre se interessa pela recompensa em fazer o bem ao outro?
Com o pecado, a empatia, a sensibilidade e a responsabilidade para com o próximo tornaram-se escassas… Puro egoísmo.
Será que é prudente gastar nossos recursos para alimentar a multidão?
3. Um Jesus empático nas palavras e nas ações
Na Grande História, Deus fez a criação perfeita. Com a queda, os princípios se perderam e se tornaram divergentes. Israel, o povo escolhido por Deus, viveu e viu por seus próprios olhos, lutando e matando para alcançar seus ideais. Na vinda de Cristo, ele olhou pelo meu olhar, e me proporcionou experimentar a empatia.
A Igreja nos ensinou a olhar pelos olhos dos outros, como Jesus olhava. Aqui é o lugar onde aprendemos a conviver com o diferente, e podemos andar em unidade, entre a graça de Jesus e a esperança do Reino justo, o qual está acima de quaisquer diferenças.
“A palavra e a ação estão indissoluvelmente unidas na missão de Jesus e de seus apóstolos, e devemos mantê-las unidas na missão da Igreja, na qual se prolonga a missão de Jesus até o final do tempo (…) A missão da Igreja é a manifestação histórica deste poder por meio da palavra e da ação, no poder do Espírito Santo.”
René Padilha
Jesus, então, questiona os discípulos: “Quantos pães tens?” Após verificarem, a resposta foi: “Apenas cinco pães e dois peixinhos”.
Jesus pede para que os discípulos ordenem ao povo que se assentem na grama verde em grupos de cinquenta e cem. Havia ali cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.
SUGESTÃO PARA O LÍDER: Segue aqui uma ligação com o salmo 23. Ovelhas sem pastor em pastos verdejantes – Jesus é o bom pastor, e com Ele nada vai faltar.
Jesus abençoa os elementos e os entrega aos discípulos, para que eles pudessem servir a multidão. Eles comem e ficam satisfeitos, e ainda recolhem doze cestos de pedaços de pães e peixes.
4. Um Jesus provedor para partilhar
V. 41 “entregou-os aos seus discípulos para que servissem ao povo”.
Jesus não serve ao povo, mas sim os discípulos.
4.1. Processo de partilha:
V. 37 “deem-lhes vocês algo para comer”.
Jesus desafia os discípulos.
V. 38 “disseram: cinco pães e dois peixes”.
Eles reúnem os recursos disponíveis.
V. 41 “em seguida entregou-os”.
Jesus provê para os discípulos partilharem.
V. 41 “aos seus discípulos para que servissem ao povo”.
São os discípulos que partilham com o povo.
V. 43 “e os discípulos recolheram doze cestos cheios”.
Jesus sempre irá prover o necessário.
PARA REFLETIR E PRATICAR
1) Jesus nos desafia.
Não parte de nós, não somos bons. É o encontro com Jesus que nos desafia.
2) Nós oferecemos os recursos que temos.
Quais são seus pães e peixes? Jesus não pede o que você não tem.
3) Jesus provê para partilharmos.
Não temos capacidade para fazer milagres. Jesus provê perdão e amor na cruz gratuitamente.
4) Nós damos o passo da partilha.
A decisão é nossa, Ele não faz por nós. O que nos impede?
5) Jesus sempre proverá o que necessitamos.
Leve um cesto para cada um, e aprendam a confiar que Ele não deixa faltar nada!
Para ler durante a semana
Segunda-feira – Marcos 5. 21-43
Terça-feira – Marcos 6. 1-29
Quarta-feira – Marcos 6. 30-44
Quinta-feira – Marcos 7. 1-23
Sexta-feira – Marcos 7. 24-37
Para consolidar